quinta-feira, 31 de maio de 2012

Colatina, sempre linda.


Colatina, sempre linda.

Colatina, cidade, central Espírito Santo Estado (Estado). Está localizado no leste do Brasil no Rio Doce , cerca de 60 milhas (100 km) de sua boca na costa atlântica,a 40 metros acima do nível do mar. Seu interior é mais importante região agrícola do estado e uma das maiores áreas do Brasil produtoras de café. A ponte sobre o rio Doce em Colatina, que é de 130 km ao norte de Vitória, capital do estado, um ponto importante


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sábado, 26 de maio de 2012

Colatina antiga. Fotos da cidade






Cidade: COLATINA



 
1501 - Descoberta do Rio Doce a 13 de dezembro por uma expedição comandada por André Gonçalves, recebendo o nome de Barra ou Rio Santa Luzia, dedicado a esta santa.

1572 - O Rio Doce começou a ser utilizado para a penetração no interior, por Sebastião Fernandes Tourinho, que encontrou água doce a 6 milhas do mar, o que determinou a mudança do nome do rio. Na expedição a marca foi fundação de cidades.

1574 - Antonio Dias Adorno avança pela região caçando índios e encontra riquezas minerais.

1798 - Foi criado um posto militar e fiscal e um presídio em Contins.



1800 - Toma posse o novo governador da Capitania, Antonio Pires da Silva Pontes, que iniciou a abertura de uma estrada após ter notícia da descoberta de minas de ouro na região. O presídio de Contins é arrasado pelos botocudos e com sua reconstrução recebe o nome de Linhares. Surge a primeira propriedade agrícola.

1827 - É concedida ao Conde de Linhares uma extensa área de terras. Começa definitivamente a colonização, o ciclo da produção agrícola e chegam os primeiros habitantes.

1833 - Linhares é elevada à categoria de vila em 02 de abril.

1857 - Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite demarca uma área dividindo-a em lotes. Esta colônia recebe o nome de Franscilvânia que dá origem ao bairro São Silvano.

1888 - Chegam no vapor Adria os primeiros colonizadores italianos a Colatina. Constrói-se um barracão que recebe o nome de Santa Maria, em Colatina Velha. Logo em seguida, chegam os imigrantes alemães, suíços, poloneses e italianos.

1892 - Início da construção das primeiras casas em Colatina, próximo ao colégio Conde de Linhares.

1906 - Em 20 de dezembro é inaugurada a primeira estação ferroviária de Colatina, na Praça Municipal.

1907 - Alexandre Calmon lidera um movimento e consegue trazer para a Vila de Colatina a sede da comarca do município. Pela Lei 471 de 22 de outubro de 1907, a vila de Colatina é oficialmente institucionalizada como a sede do município de Linhares.

1916 - Colatina torna-se a capital do estado, através da rebelião conhecida como a Revolta de Xandoca, a 29 de junho.

1921 - Colatina é elevada à categoria de município através da Lei 1307 de 30 de Dezembro, com o território que pertencia a Linhares, São Gabriel da Palha, Baixo Guandú, Marilândia e São Domingos.

1926 - Início da construção da Ponte Florentino Avidos sobre o Rio Doce com mil metros inaugurada em 1928. Conta atualmente com 800 metros por ter sido retirada duas logarinas de aço que estavam no centro da cidade. Tecnologia de construção alemã, inglesa e belga.

1935 - Colatina perde a área de Mascarenhas e Baixo Guandú.

1945 - Através da Lei 15117, desligam-se os distritos de Linhares e Regência.

1963 - Desligam-se pela Lei 1837 os distritos de Pancas e São Gabriel.

1975 - São iniciadas as obras de retirada dos trilhos da linha férrea do centro da cidade de Colatina, atual Avenida Getúlio Vargas.

1979 - Colatina vive momentos dramáticos com a ocorrência da grande cheia do Rio Doce e Santa Maria que inundou todo o centro da cidade.

1980 - Emancipa-se o distrito de Marilândia, após movimento feito pela própria cidade. Lei 3345 de 14 de maio.

1988 - Emancipa-se o município de São Domingos do Norte.

1990 - Em 15 de julho, instala-se a Diocese de Colatina. A Igreja Matriz passa a Catedral do Sagrado Coração de Jesus.


O Vale do Rio Doce era, antigamente, um intenso e verdejante território, cobiçado e misterioso por suas riquezas ainda inexploradas que constituíam uma fonte de ambição, onde o aventureiro arriscaria a própria vida para conquistá-lo. Um dia, um capitão de milícias, Antônio Pires da Silva Fontes Leme, tentou a abertura de uma estrada até Minas Gerais, tendo como ponto de partida à sede da capitania do Espírito Santo. É claro que para a realização de tal empreendimento, deveria ser feito um completo levantamento da bacia do rio Doce. Houve a iniciativa, mas Pires não conseguiu concluir as obras almejadas. Em 1857, Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite fundou a Franscilvânia nas terras contíguas aos rios Pancas e São João. A expedição, contudo, não logrou alcançar Colatina. Mas estava lançada a semente no terreno da colonização do solo colatinense justamente do lado norte, próximo do bairro São Silvano, que se chamava Franscilvânia. De acordo com dados históricos levantados pela revista "Nossa", o norte do rio Doce em Colatina teve a sua primeira tentativa de colonização organizada em 1857, quando o engenheiro Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite demarcou uma área bastante extensa, com cerca de 30 km pela margem esquerda do rio, que ficava entre as barras do rio Pancas e São João. Ele pretendia localizar nos vários lotes divididos os colonos estrangeiros já que possuía uma autorização do Governo Imperial para trazer até 2 mil imigrantes, destacando-se entre eles os italianos e alemães. O Dr. Nicolau deu o nome de Franscilvânia à sua colônia. Em junho de 1857 ele navegou pelo rio Doce em um navio que transportava 1.000 arrobas de carga e 46 colonos, entre portugueses, franceses e alemães. Era um barco à vela de 38 toneladas que tinha como destino a região de Franscilvânia. Como os lotes já estavam demarcados, os colonos foram assentados sem problemas de divisão de terras. Mas um fato veio atrapalhar o sonho dos colonos de se tornarem grandes produtores rurais: a hostilidade dos índios. Com isso, a colônia não chegou a durar nem três anos, uma vez que os índios assaltaram as novas propriedades, massacrando muitas famílias de colonos. Este fato abalou a opinião de outros imigrantes, que se desencantaram com a possibilidade de ocupar a região até então inóspita. Isso retardou por muitos anos o povoamento definitivo do norte do rio Doce. As febres existentes na região também influíram negativamente contra a povoação da área. Com isso, as florestas da região continuaram praticamente despovoadas por cerca de 30 anos. Pelo que se conseguiu deduzir, apenas uma picada no meio da mata, pela margem do rio Pancas, ligava o aldeamento dos índios a antiga Frâncilvania. Uma outra picada fazia a ligação entre o mesmo aldeamento e o Porto do Souza, margeando o rio Mutum. Presume-se que os moradores do sul do rio Doce sempre faziam pequenas investidas na parte norte, na tentativa de se apossarem de terras inabitadas. Foram abertas assim, algumas clareiras à margem do rio Doce, tendo início à ocupação do norte pelos colonizadores.

Desta forma, o número de pioneiros foi aumentando, avançando para o norte, margeando os rios e córregos. Até 1925, o norte do rio doce era praticamente um grande sertão. Em 1928, a ponte Florentino Avidos foi concluída, com 750 metros de comprimento, e após a desistência da idéia da construção da estrada de ferro que ligava Colatina à São Mateus, ficou sendo importante via de acesso de pedestres e veículos para São Silvano e redondezas. A partir daí, a produção de várias culturas começou a se desenvolver; produção essa que era escoada para outras regiões através da cidade de Colatina (centro), que centralizava todas as atividades comerciais da região. Com a travessia fácil para o norte, a extração de madeira começou a se intensificar, mais tarde, a produção de café também contribuíra para mais uma etapa de desmatamento da região. Sendo assim, as derrubadas foram aumentando sucessivamente, com os madeireiros avançando sempre mais para o norte, abrindo picadas e estradas rumo a São Domingos e Águia Branca. Um outro grupo de pioneiros se dirigiu também para o Córrego da Liberdade, Governador Lindenberg e Marilândia. Esse desbravamento foi feito por italianos que, em grandes números, fixaram residência no interior, enquanto que outros se fixaram na região que hoje é o bairro de São Silvano. Em 1938 terminou a crise cafeeira que existiu naquela década e novos pioneiros se dirigiram para o norte, em busca der extensas áreas favoráveis ao plantio de café. A Companhia Territorial S/A contribuiu muito para a ocupação da área, com demarcação, loteamento e venda das terras nos seus 10 anos de funcionamento em Colatina, a partir de 1923. A Companhia Territorial S/A foi muito importante para a ocupação do norte colatinense, sendo que, no final de 1932, havia 1.368 famílias, perfazendo 7.940 pessoas, nos lotes que ela vendera. Eram, em sua maioria brasileiros; contudo, também ocuparam a região grande número de imigrantes italianos, alemães, portugueses, espanhóis poloneses, sírios e russos. Na verdade a Companhia S/A foi responsável por cerca de 10 mil assentamentos. Na época da expansão dessas terras, o norte do rio doce, em Colatina, compreendia os municípios de Baixo Guandu, Pancas, São Gabriel da Palha e Linhares. A partir daí é que a região começou, gradativamente, a se desenvolver, transformando-se na progressista terra que abriga hoje os bairros de São Silvano, Córrego do Ouro, Maria das Graças e Honório Fraga, entre outros.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Nicole Bahls esbanja sensualidade e elogia o Espírito Santo


Nicole Bahls esbanja sensualidade no Haidar Combat e elogia o Estado
Ex-panicat, que causou enorme frisson, diz adorar as praias do Espírito Santo

foto: Ricardo Medeiros
Nicole Bahls
Esbanjando beleza e simpatia, a ex-panicat Nicole Bahls esteve presente ao Haidar Combat e fez a alegria da torcida masculina no Tancredão. Há mais de três anos, a modelo participa como ring girl anunciando os combates e, mesmo depois de tanto tempo, disse não ter se acostumado totalmente com as lutas.

“Às vezes, ainda viro o rosto ou fecho o olho quando a luta está muito violenta. Mas, depois de tanto participar como ring girl, acabei aprendendo a dar socos. E virei fã dos atletas. Tenho Anderson Silva como um ídolo pela história de superação dele”.

Namorada do zagueiro Victor Ramos, ex-Vasco, Nicole era só sorrisos para os fãs no Tancredão. Ela atendeu de crianças a idosos e não se cansou das inúmeras fotos. “O que mais gosto na profissão é o assédio dos fãs, por isso estou sempre alegre para tirar uma foto, dar um abraço”, disse, sem deixar de elogiar o Estado.

“Adoro o Espírito Santo. Gosto muito de praia e acho aqui muito parecido com o Rio de Janeiro e a Bahia”.


LUCIANA CASTRO - A GAZETA

Chuvas na grande Vitória. Veja fotos



Alagamentos na Glória - Vila Velha

Alagamento na Ufes

Deslizamento atinge três casas e deixa oito pessoas feridas, em Guarapari


Em todo o Estado, 126 ocorrências foram registradas

O deslizamento de um barranco no município de Guarapari atingiu três casas e deixou oito pessoas feridas. O acidente aconteceu no distrito de Jabuti, na madrugada desta segunda-feira (14), por volta de 3h30. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o deslizamento ocorreu próximo ao Cemitério Santos Dumont e os militares realizaram o resgate das vítimas. Sete pessoas tiveram ferimentos leves e uma ficou em estado grave, que recebeu os primeiros socorros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192).
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Devido às fortes chuvas que atingem o Espírito Santo desde a noite deste domingo (13), a Defesa Civil Estadual já se mobiliza para atender as pessoas afetadas pelas chuvas. De acordo com o coordenador Estadual do órgão, coronel Edmilton Ribeiro Aguiar Júnior, as defesas civis municipais estão trabalhando no levantamento de situações. Até o momento 126 ocorrências foram registradas.


Uma família passou por um grande susto durante a madrugada desta segunda-feira (14), no bairro São Geraldo, em Cariacica. A garagem e parte da estrutura da residência desabaram, na Rua Santana, levando muito prejuízo aos proprietários. Por sorte, apenas uma pessoa ficou ferida levemente, e nem precisou de socorro.

Moradores da rua e vizinhos da residência contam que, no momento que houve o desabamento, a rua estava totalmente tomada pela água. O local fica próximo à Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande.

Ainda em Cariacica, de acordo com a Defesa Civil, o Rio Formate, que faz o limite com o município de Viana, subiu dois metros acima do normal desde a madrugada. Com isso, as casas que ficam nas partes mais baixas, em bairros como Marcílio de Noronha, Beira Rio e Operário, ficaram alagadas.
Alerta no Espírito Santo

Segundo o coronel, uma média de 200 mm de chuva já atingiu o Estado, variando de acordo com a região. A situação quere mais atenção nos municípios de Alfredo Chaves, Anchieta e Guarapari. Em Alfredo Chaves a previsão é que as pancadas de chuva continuem. Além dessas regiões, os municípios da Grande Vitória foram os mais prejudicados.

Em todo o Estado, a Defesa Civil já registrou, deslizamentos, desabamentos e tombamentos de muros. Não há número exato de vítimas.

domingo, 13 de maio de 2012

Conceição da Barra. Prefeito preso e incerteza política

Prefeito preso e incerteza política

Donati é acusado da morte de um sindicalista, a vice-prefeita assumiu a cidade e um grupo de 12 partidos se une num projeto de oposição


foto: Marcos Fernandez / GZ

"Está acontecendo uma investigação tendenciosa, que contaminou a boa-fé das outras instituições, como o Ministério Público e o Judiciário"

Jorge Donati (PSDB), prefeito preso, em entrevista publicada em A AGAZETA no dia 13 de abril

Balneário cercado por dunas e belas paisagens, Conceição da Barra virou destaque nos últimos dias pela prisão do prefeito Jorge Donati (PSDB), acusado de ser mandante de assassinatos. Há um mês o município é comandado pela vice-prefeita Adélia Marchiori (PPS). As suspeitas que pesam contra Donati prometem pautar o processo eleitoral e deixam a corrida sucessória em aberto.

Enquanto Donati busca a reeleição, um grupo de 12 partidos se uniu para lançar um nome de consenso contrário à atual administração. Entre os cotados estão os ex-prefeitos Manoel Pé-de-Boi (PSB) e Chico Donato (PMDB).

Aliada do tucano, a secretária de Educação e prefeita interina diz que Donati é alvo de perseguição política. "Está sendo feita uma injustiça contra ele. A maneira transparente como Jorginho administra incomoda as pessoas".

Donati é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPES) de mandar matar o ex-presidiário Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão – crime ocorrido no último dia 5 de abril. Ele era testemunha do assassinato do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, que tem Donati apontado como mandante do crime.

"Isso caiu em cima de Jorginho. É um problema político", defende Adélia.

O próprio prefeito, em entrevista para A GAZETA em abril, negou envolvimento com os assassinatos, disse que o "inquérito é uma farsa" e que é inocente.

Adélia destaca que a atual gestão tem feito várias obras na cidade e investindo principalmente em infraestrutura e calçamento, o que será mostrado na campanha. Mais de 20 quilômetros de ruas e avenidas foram calçadas. Em 120 anos de existência do município, de um total de 140 quilômetros de vias, apenas 32 estavam calçadas até 2009, segundo dados da prefeitura. A orla está sendo restaurada e urbanizada.

Outras áreas contempladas, segundo Adélia, foram a Educação e a Saúde. A sede da prefeitura foi reconstruída e aguarda a volta de Donati para ser inaugurada, segundo a prefeita interina. "Espero que ele volte o mais breve possível".

O plano A para o processo eleitoral de outubro é repetir a dobradinha Donati e Adélia. Apesar de Donati estar preso, a legislação eleitoral não o impede de disputar a eleição, já que ele não tem nenhuma condenação e permanece com seus direitos políticos. "Só se ele não puder mesmo é que venho como candidata a prefeita", disse Adélia.

OposiçãoUm grupo de 12 partidos, porém, já se uniu para lançar um nome de consenso contrário à atual gestão. O bloco inclui o PSB, PMDB, PT, PDT, PSD, PV, PT do B e PC do B. Todos os 12 partidos têm pré-candidatos, mas quem tiver maior densidade eleitoral deve ser o candidato do bloco.

"Esse grupo está 100% unido", garante o presidente da Câmara, Ângelo César Figueiredo (PSD), o Anjinho, que também colocou o nome à disposição do bloco. Segundo ele, a principal aposta é o ex-prefeito Manoel Pé-de-Boi (PSB). Outro nome que se destaca é o do ex-prefeito Chico Donato (PMDB), primo de Donati, que disputou com ele na eleição de 2008.
foto: Vitor Jubini / GZ

"Donati é um bom administrador"

Nascido na Bugia, o pescador e comerciante Mateus Francisco da Silva, 52 anos, elogia a gestão de Jorge Donati. "Ele é um bom administrador. Independentemente das acusações, votaria nele". Para ele, que perdeu três casas por conta do avanço do mar na Bugia, cabe à Justiça julgar as acusações contra Donati. "Quem sou eu para julgar alguém", disse em meio ao que sobrou da penúltima casa que morou.
Para Anjinho, a situação "mancha a imagem do município". "É muita coincidência para uma pessoa só os crimes que pesam contra ele", disse, lembrando ainda do duplo assassinato da Ilha do Frade, que Donati é apontado como mandante.

"O Donati não está trabalhando para os moradores daqui, mas para os turistas. Ele está dando ênfase só ao calçadão", disse. Ele reconhece que o prefeito tem maioria na Câmara, o que inviabilizaria uma posição mais crítica do Legislativo.

Manoel Pé-de-Boi disse que o grupo ainda está conversando, mas afirmou que Donati "entrou na política para ter foro privilegiado", após ser acusado de ser o mandante dos assassinatos da então mulher dele, Cláudia Soneghete, e da arrumadeira Mauricéia Donato, que morreram carbonizadas, em 2003, em Vitória. "São acusações muito graves. Ninguém fica preso se não deve", afirmou.

Na última terça e quarta-feira, A GAZETA ouviu alguns moradores da cidade, no Norte do Estado. Para a maioria, as sérias acusações contra o prefeito parecem não incomodar. Eles elogiam a atual gestão.

"Nunca houve um gestor que trabalhasse como esse prefeito. Ele está trabalhando sério", disse o bombeiro Enéas Ferreira Pinto Filho, 38 anos. Para o morador do Bairro Nova Esperança há mais de 30 anos, as acusações que pesam contra Donati "são problema da vida particular dele". "É perseguição política porque, com certeza, ele será reeleito se for candidato".

Mesmo entendimento tem o comerciante Ângelo Faustino, 39 anos, morador da Bugia. "A cidade ficou 12 anos parada no tempo. Só evoluiu a partir desse prefeito". E as denúncias? "Não acredito", resume.

O problema do avanço do mar na região da Bugia, que se arrastava por mais de 30 anos e que destruiu vários imóveis no local, foi solucionado pelo governo do Estado, em 2010, dentro da gestão de Donati. A obra realizada pelo Estado pode trazer dividendos eleitorais para o tucano.

A reportagem também constatou que alguns moradores, contrários ao prefeito, preferem não comentar as acusações contra Donati por "medo", já que "ele é influente", alegam.

Hotel BarraMar


O farmacêutico e professor Cássio de Almeida Toscano, 26 anos, morador da Sede, é um dos poucos a falar. Ele chama as obras em andamento de "maquiagem". "São obras que não buscam o desenvolvimento direto da cidade. São obras faraônicas. Não têm preocupação com a questão social. Gastaram R$ 1,5 milhão com a compra do Hotel BarraMar, que não tem utilidade nenhuma", disse.

A compra do imóvel, localizado em área de preservação ambiental permanente, é alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPES) em setembro de 2011. Para evitar prejuízos ao erário, o MPES conseguiu que a Justiça bloqueasse parte do pagamento dessa compra e que prefeitura ficasse impedida de reformar o hotel.

Adquirido para abrigar as secretarias de Turismo e de Educação, duas escolas e um centro de convenções, no imóvel só há uma sala em funcionamento, cedida ao Iema, onde funciona a Área de Proteção Ambiental de Conceição da Barra.

Toscano também rebate a defesa de Donati. "As denúncias contra ele são graves. Um prefeito para chegar a ser preso é porque os indícios são muito fortes. Falar em perseguição política é tirar o crédito do Judiciário". Ele afirmou ainda que o comércio local vive uma "crise econômica sem precedente".

As principais empresas da cidade são as usinas de álcool Alcon e Disa, que pertencia à família do prefeito. Elas, junto com a prefeitura, são as maiores empregadoras da população local, estimada em 28,5 mil habitantes pelo IBGE.

Dono de uma pousada na Vila de Itaúnas, Sérgio Grossi Fabrino, 59 anos, diz que a prefeitura poderia fazer muito mais pelo turismo, como asfaltar o trecho de 20 quilômetros de estrada de chão que leva até o local. "Quando chove a situação fica precária. A infraestrutura na alta temporada deixa a desejar". Apesar de dizer que as acusações contra Donati "são graves", ele prefere não fazer "pré-julgamento" do caso.

Vale lembrar ainda que dois ex-prefeitos da cidade, Mateusão Vasconcelos e Nélio Ribeiro Nogueira, também estão presos, mas em regime semiaberto. Mateusão está preso por ter omitido informações e ter prestado falsas declarações ao Fisco. Já Nélio foi condenado por crime de responsabilidade por apropriar-se de bens ou rendas públicas ou desviá-los em proveito próprio ou alheio, e por utilizá-los indevidamente.
Acusação

Ex-presidiário

Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão, foi morto com 12 tiros no dia 5 de abril, em uma mercearia de Linhares.

Sindicalista

Mateusão era testemunha da morte do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, morto no dia 6 de julho de 2010, em Conceição da Barra, com um tiro na testa. O MPES acusa o prefeito Jorge Donati de ser o mandante dos crimes. Donati nega envolvimento com os assassinatos. Edson era secretário do Sindisbarra e presidente do DEM no município e autor de críticas à gestão.

Prisão

Por conta da morte de Mateusão, Donati está preso no Quartel de Maruípe desde o último dia 13 de abril. Em janeiro deste ano, o prefeito já tinha ficado 15 dias preso por conta do assassinato do sindicalista.

Ilha do Frade

Além disso, Donati é acusado de outro crime, em 2003, no qual morreram carbonizadas a então mulher dele, Cláudia Soneghete, e a arrumadeira Mauricéia Donato. O crime ocorreu na Ilha do Frade, Vitória. Donati também alega ser inocente nesse caso.

Condenação

Os irmãos Cristiano e Renato dos Santos Rodrigues, acusados de matar Cláudia e Mauricéia, foram condenados na sexta-feira. Cristiano recebeu pena de 41 anos e seis meses de reclusão em regime fechado e Renato foi condenado a dois anos e 11 meses em regime aberto. Os dois afirmaram durante o julgamento que Donati era o mandante dos crimes.
Família de sindicalista cobra a "verdade"

Mulher do sindicalista assassinado Edson José dos Santos Barcelos, a pedagoga Edma da Silva afirma não ter dúvidas de que o prefeito Jorge Donati é o mandato do crime e que a "verdade vai prevalecer".

"A influência dele é grande. Espero que a Justiça continue trabalhando. A verdade vai prevalecer".

Para ela, a condenação, na sexta-feira, dos irmãos Cristiano e Renato dos Santos Rodrigues, acusados de matar a empresária Cláudia Soneghete Donati, então mulher do prefeito, e a doméstica Mauricéia Rodrigues, assassinadas em 2003, na Ilha do Frade, "reforça" as acusações que pesam contra Donati. "A justiça está sendo feita".

Ela rebate a afirmação de Donati de que é vítima de perseguição política no caso do assassinato de Edson. "Isso não existe". Edma espera que Donati seja julgado logo no caso da Ilha do Frade e no que envolve a morte do seu marido. "Se a justiça for feita, espero que ele não seja candidato".

O que os moradores pensam de Donati
foto: Vitor Jubini / GZ

"A maneira transparente como Jorginho administra incomoda as pessoas. Ele vai provar que é inocente".
Adélia Marchiori (PPS), Prefeita interina
"Ninguém fez o que Donati fez em quatro anos de gestão. Ele sofre perseguição em ano de eleição"
Nilton Almeida Mercedes, Pedreiro, 28 anos, morador da Vila dos Pescadores
"Quando chove, a situação fica precária. A infraestrutura na alta temporada deixa a desejar"
Sérgio Fabrino, Dono de pousada em Itaúnas, 59 anos


"Aqui não há preocupação com a questão social. As obras são maquiagem. Um prefeito não fica preso sem indícios fortes"
Cássio Toscano, Farmacêutico, 26 anos, morador da sede

Vera Ferraço
A Gazeta

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Espírito Santo, Brasil - Fotos


Espírito Santo, Brasil - Fotos